Cosmopolis ficou em uma das páginas da revista Rolling Stone (Argentina, versão Outubro de 2012) com uma grande crítica relacionado ao filme com a participação de Robert e David Cronenberg.
Na adaptação do livro de DeLillo, o protagonista da Saga Crepúsculo dá um passeio de limusine com David Cronenberg como chofer. Com uma só mão, Paul Giamatti e Pattinson tratam de chegar a um acordo nesta comédia dramática.
Podem se surpreender à densidade psicológica do livro original (a história de Don DeLillo, publicada em 2003), e a fofocada teatral que rodeia o protagonista, Robert Pattinson (sua separação com Kristen Stewart), este filme hipnótico os demonstrará duas coisas: que Pattinson é muito bom ator , e que o diretor David Cronenberg nunca faz cara de nojo a um desafio. Pattinson está no papel de Eric Packer, que tem o mundo aos seus pés aos 28 anos, e que no entanto é incapaz de evitar que seu mundo financeiro caia enquanto percorre Manhattan em uma limusine branca. Seu destino? A barbearia. Assim funciona o filme: transcorre um dia numa limusine. Mas DeLillo enchia esse dia de incidentes. E Cronenberg é um maestro nisso, como o prova o surrealismo de seus filmes (em especial, sua adaptação de ‘Mistérios e Paixões’, com olho poético e bom ouvido para os diálogos).
Eric se fechou hermeticamente numa limusine desenhada para impedir qualquer coisa que provenha do mundo exterior. Ali dentro, pode ignorar os protestos que atinge 99 por cento das pessoas, consultar seu nerd de confiança (Jay Baruchel) e seu guru financeiro (Emily Hampshire), submeter-se a um exame de próstata, fazer sexo com sua amante (Juliette Binoche) e sair para ter reuniões perturbadoras com sua esposa (Sarah Gadon) e com seu ex empregado descontente (Paul Giamatti). Com a ajuda do talentoso diretor de fotografia Peter Suschitzky, Cronenberg consegue divertir, em um microcosmo, um mundo que cai aos pedaços. Neste filme febril, Pattinson está particularmente incendiário, em especial numa cena de tiroteio com o grande Giamatti. Cosmópolis, tão exigente como atrevido, não é uma viagenzinha tranquila. O digo como um grande elogio.
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